Apesar de ignorados por todos, faz muito tempo que os cientistas vêm avisando dos problemas decorrentes do uso desenfreado dos recursos naturais, e parece que as previsões agora estão começando a ser visíveis.
Me parece que uma solução encontrada pelos cientistas para serem ouvidos foi valorar os serviços (ainda mais tendo em visto o mundo capitalista que vivemos).
Afinal, se demonstramos o valor do serviço prestado, talvez as pessoas em geral entendam. Será?
Então, qual o valor do serviço prestado?
É importante pontuar que essa valoração pode ser realizada de várias formas.
Apesar dos diferentes valores, dependendo de qual método foi utilizado, todos os artigos chegam a mesma conclusão geral: o valor prestado é enorme.
Um trabalho ousado tentou quantificar, por exemplo, todo o valor prestado em um ano. O resultado: algo entre 125 e 145 trilhões por ano.
Só para ter uma noção da importância desses serviços, isso é mais que o dobro do Produto Interno Bruto Global, no ano em que o artigo foi publicado, em 2014. Ou seja, mesmo que quiséssemos, não teríamos como pagar por todo esse serviço.
Vamos a um exemplo mais pontual e mais tangível. Um amigo (@guireis_91) estudou o número de Percevejo-da-soja que eram predados por uma espécie de marsupial, em Brasília.
Sim, o ato do animal se alimentar de uma praga é um serviço prestado, de graça. Ele conseguiu quantificar o valor do serviço prestado por esse pequeno mamífero, calculando a densidade mínima de percevejos/ha em plantações de soja que levava os agricultores a gastar com pesticidas (levando a custos).
Posteriormente, ele avaliou a quantidade média de percevejos que uma população de pequenos mamíferos potencialmente pode predar em uma única noite.
O valor estimado: R$ 5.000/ha, somente no período de entressafra (3 meses). Esse é o valor estimado em relação a um serviço prestado por uma espécie de pequeno mamífero.
Então, que tal agradecermos em vez de acabar com o ambiente natural?
Afinal, todos nos beneficiamos, inclusive financeiramente.
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