Na verdade cometemos erros gigantes ao condenar simplesmente um alimento.
Em relação à digestibilidade pode-se dizer que é um dos alimentos mais bem aproveitados pelos papagaios, no entanto, quando oferecido ad libitum (à vontade), as aves tendem a consumir muito mais do que precisam devido ao elevado teor de gordura que, por sua vez, aumenta a palatabilidade do alimento.
Mas e na natureza? Essas aves não consomem alimentos ricos em gordura? Sim! Mas há uma relação entre a demanda energética e o nível de atividade. As aves em seu ambiente natural demandam muito mais energia do que as mantidas sob cuidados humanos.
E não é só energia que importa. Apesar de apresentar índices elevados de proteína (24%), a relação Cálcio e Fósforo deixa a desejar.
Um estudo avalia o oferecimento da semente como dieta única e a transição da dieta para uma ração equilibrada, mostrando ganhos expressivos para a saúde dos animais ao retirar a semente.
Em síntese, jamais a semente de girassol deve ser fornecida como alimento único e à vontade, no entanto, está claro que trata-se de um alimento que, além de ser apreciado pelos animais, possui nutrientes importantes que podem compor a dieta.
Resta ao profissional que avalie a situação e faça o balanceamento adequado da dieta. Pontos importantes que devem ser considerados quando o girassol é acrescentado na dieta:
1.Quantidade: como eles têm uma predileção por esta semente e muitos deixam de consumir outros alimentos (inclusive rações) para se alimentar exclusivamente da semente. A sugestão neste caso é deixar as sementes para atividades específicas de enriquecimento ambiental e/ou condicionamento.
2.Qualidade: as sementes, quando mal armazenadas ficam suscetíveis ao desenvolvimento de Aflatoxinas, que são micotoxinas produzidas por fungos do gênero Aspergillus, causando uma série de prejuízos ao organismo do animal com a supressão do sistema imunológico e consequentemente a diminuição da resistência a outras enfermidades.
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